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Fetais de Baixo, Camarate, zona de bombardeamentos?!

Existem várias versões sobre a origem do topónimo Camarate. Uma delas, atribui-a ao facto de na região se ter cultivado uma videira chamada camarate, outra porque na Idade Média aí se situava a Camarata Real, onde pernoitavam os Reis durante a sua viagem a caminho do norte do país, e outra ainda,e talvez a versão mais provável, a de que o nome derive da família berbere que se destacou na região durante a ocupação mourisca – os Banu Qamaratti.

Terra reguengueira, a par de Sacavém, Unhos e Frielas – conforme o comprovam vários documentos da época - Camarate foi durante a Idade Média, e até ao primeiro de Maio de 1511, parte integrante da vizinha freguesia de Sacavém.

Durante a crise monetarista de 1383/1385, existem relatos de que uma quinta situada nesta localidade e pertença do judeu David Negro, que era almoxarife das alfândegas reais durante o reinado de D. Fernando, fora confiscada e a sua posse entregue a Nuno Alvares Pereira, que por um largo período de vários anos a habitou com a sua mãe.

Conhecida por ter sido a terra de infância de um dos mais consagrados poetas portugueses do Séc. XX – Mário de Sá-Carneiro -, Camarate fez parte integrante do Termo de Lisboa (até 1852), transitando posteriormente para o concelho de Santa Maria dos Olivais (entre 1852 e 1886), voltando a integrar o concelho de Lisboa (entre 1886 e 1895), acabando por ser anexada, em 1895, ao concelho de Loures, condição em que permaneceu até aos dias de hoje.

Seja qual for a origem de Camarate. Sejam quais forem os eventos políticos, sociais, ou de outra natureza que aqui tenham ocorrido, Camarate é uma vila predominantemente operária no Distrito de Lisboa. O conceito de Pátria é o somatório do conjunto das histórias que nos são comuns e Camarate não é excepção pela população que sempre foi laboriosa e continua a ser, na medida em que os poderes do capital lho permita, o que cada vez menos se verifica pela destruição de todo o nosso tecido produtivo, resultante da subordinação ao bloco colonialista europeu. .

A história de relevo de Camarate tem sido vilipendiada por todos os oportunistas que na edilidade de Loures tem posto as patas. E, convenhamos, Camarate faz jus à velha e relha consigna de que, santos da casa não fazem milagres, pois sendo o actual presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares – do PCP - originário de Camarate, viu e continua a ver Camarate como um lugar a esquecer.

Um dos Bairros desta histórica Freguesia, Fetais de Baixo, foi bombardeada pela Câmara de Loures há mais de dez anos, na extensão aproximada de 5 quilómetros e ao longo da estrada militar que a atravessa. Os destroços desse bombardeamento confundem-se, pela similitude dos seus efeitos, com os que a coligação imperialista americana e europeia tem provocado em todo o Magrebe, na Síria, no Afeganistão, no Iraque, na Somália no Mali, e por esse mundo fora.

. Nenhum dos partidos que têm ocupado a edilidade de Loures PCP,PS,PSD, a sós ou coligados entre si, pautou a sua acção política pela dignificação dos habitantes de Camarate e das suas diferentes freguesias, nem pela dos Lourenses. Bem pelo contrário, têm colaborado com todos os inimigos desta terra de gente digna que tem sido esfaqueada traiçoeiramente, tanto por santos de fora, como pelos da própria casa.


Linha Editorial

O Loures Online assume-se como uma plataforma que tem a pretensão de ser um espaço aberto ao debate, na perspectiva da unidade com princípios, que é desejável e imprescindivel para que seja possível, de forma aberta e democrática, serem discutidos todos os assuntos e matérias que interessem aos munícipes do Concelho de Loures.

Um espaço onde serão bem vindas todas as opiniões – políticas, científicas e de outra natureza– que visem contribuir para que se forme uma opinião pública e uma massa crítica no Concelho, não sujeita à manipulação e à alienação a interesses corporativos e contrários aos interesses do povo que reside e trabalha neste Concelho.

Um espaço onde seja dada voz à denúncia, por parte dos munícipes do Concelho de Loures,  de práticas e políticas que ponham em causa a sua dignidade, o seu bem estar, o seu direito ao emprego, à educação, à saúde, aos transportes, etc.

O Loures Online, defende o princípio de que, para além de interpretar a história, nos compete, a todos nós, agir para a sua transformação.

Uma transformação que rompa com a história de um Concelho sucessivamente sujeito, através dos vários executivos camarários – por onde passaram todos os partidos do arco do poder, de PCP a PS, passando por PSD e CDS, a sós ou coligados entre si – à destruição do seu tecido produtivo, à liquidação de postos de trabalho, à degradação das condições de vida e do acesso à saúde, à educação, aos transportes, a uma vida digna!

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